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Carla Cassemiro Vieira
Bebê: Benício

Dia 25 de julho estive com meu GO que ao me examinar disse que não não havia ocorrido nenhuma evolução que demonstrasse que eu entraria em trabalho de parto naquela semana. Saí do consultório quase chorando, pois já estava me sentindo cansada das dores pélvicas que já não me deixavam dormir direito havia uma semana. No mesmo dia, conversei com a Tiffany Buchmann e combinamos de na quinta-feira fazer um dia de relaxamento. E assim aconteceu dia 28 de julho encontrei minha doula e a Ana (psicologa do Instituto Besser, que já havia me atendido após uma crise de ansiedade que havia ocorrido semanas antes). A Ana preparou um escalda-pés e enquanto ocorria, conversávamos sobre as possíveis travas que poderiam atrapalhar meu trabalho de parto. Foi quando ela me disse a seguinte frase, "você já pensou no significado do parto? O parto é um partir-se. Vocês deixarão de ser apenas um. Vão partir-se em dois". Esta frase me tocou de tal forma, que me levou as lágrimas e me fez sentir que a hora estava chegando.
No dia 29 de julho chegamos as 40 semanas de gestação e nenhum sinal. Neste dia, minha mãe (que sempre vinha em minha casa as quintas) estava comigo e conversamos durante uma hora. Lembro como me sentia cansada e comentei com ela que estava triste porque não tínhamos nenhum sinal e devido a dor pélvica não tinha conseguido dormir. Depois desta conversa, enquanto minha mãe fazia o almoço, fui ao banheiro e tive uma surpresa, o tampão estava saindo. Imediatamente, enviei uma mensagem pra Ty e ela respondeu, "agora vai!"
Senti um arrepio e falei pra minha mãe, "de hoje não passa, agora tenho que encarar".
Fui orientada a caminhar e ir cronometrando as contrações. Elas estavam ritmadas (a cada 3 minutos, com duração de 30 a 40 segundos). Após 30 minutos caminhando dentro do apartamento (eu não tive coragem de sair na rua e sim, eu já estava até tonta), as contrações passaram a ocorrer a cada 4 minutos com duração superior a 40 segundos. Neste meio tempo, aproveitei pra comer e tomei o chá mexicano. Deitei para descansar, pois prevíamos que a noite seria bem longa.
Fiquei deitada durante 2 horas e no meio das contrações suportáveis, vinha uma bem dolorosa. Fui para o chuveiro durante 40 minutos e as contrações tomaram força e ritmo. Quando vinham, mal conseguia falar de tão dolorosas. Minha sogra explicou para a Ty como eu estava e logo ela chegou a minha casa.
Ty chegou e eu abracei. Senti segurança de alguém que poderia me apoiar naquele momento. E assim foi. Me tranquilizei e a cada contração, fazíamos movimentos na bola e vi Benício posicionado todo para a direita. Entre uma contração e outra, comi, bebi minha inseparável água de coco, conversamos e até rimos.
Alguns minutos depois, chegou a famosa hora da covardia. Eu não pedi cesárea, mas pedi analgesia porque a dor era muito intensa e recebi uma nova garrafinha de água de coco. Neste período, não tinha posição que fosse confortável, na bola, em pé, andando, tudo doía. Cheguei a me jogar no chão (obviamente amparada pela Ty) e isto só foi confortável durante uma contração, depois lá vou eu buscar outra posição confortável, que simplesmente não existia. A dor irradiava da pelve para lombar. Só de falar, sinto como foi.
Algum tempo depois, comecei a sentir a tal vontade de fazer força. Sim, nós sabemos quando é necessário fazê-la. É algo muito instintivo. Era a hora de ir para maternidade.
Chegamos na emergência da maternidade e eu já estava na partolândia nível master. Me lembro da Ty dizendo, "você consegue fazer cócoras a cada contração?" Eu afirmei que sim e subi a rampa da maternidade fazendo isto. Sorte a minha que em plena sexta-feira, às 21h10min a maternidade estava deserta.
Fizemos a triagem e única coisa que respondi foi sobre a alergia a remédios. De resto a Ty respondeu por mim, pois eu já não conseguia mais falar. E então, descobrimos que meu GO, o qual me acompanhou a partir de 34 semanas, estava no plantão.
Fomos direcionadas ao centro obstétrico. Ao chegar lá, logo me levaram para a triagem mais perguntas e eu querendo parir. A Ty novamente respondeu o que precisava e minhas contrações já estavam com intervalo de 1 minuto. Quando fui examinada, o residente finalmente disse o que eu queria ouvir, "levem pro centro obstétrico, pois está nascendo".
Pois bem, com algumas forças, em questão de 10 a 15 minutos, meu GO falou, "pegue o seu filho". Me lembro que quando tentei pegá-lo, senti medo, pois era muito escorregadio. Ele me deu um paninho e assim peguei meu filho pela primeira vez. Benício chegou as 21h43min, com apenas um chorinho, que se aquietou no contato com meu corpo. Senti seu cheirinho e chorei. Que emoção foi aquela, meu Deus. Nunca mais vou esquecer.
E minha mãe, que por milagre ou coincidência estava em minha casa naquele dia, pode me acompanhar em tudo, no trabalho de parto e se juntou a minha sogra e orou por mim, chorou comigo pela alegria de ver seu netinho pela primeira vez e ela teve o privilégio de cortar o cordão que me uniu a meu filho durante 9 meses exatos, sim Benício nasceu com 40 semanas.
A placenta nasceu poucos minutos depois, de modo tão suave que mal senti, integra, linda.
Eu achava que não seria capaz de parir, tinha medo da dor. Sim, eu pari e renasci como mulher. Nasceu uma mãe, um amor incondicional que cresce a cada dia.
Agradeço a Deus, pois antes mesmo de engravidar, entreguei meu ventre em suas mãos e o Senhor cuidou de tudo, me dando uma gestação tranquila e um parto totalmente diferente de tudo que imaginei, sonhei. Eu simplesmente deixei que Deus o fizesse da melhor forma possível e assim foi.

“Chegamos na emergência da maternidade e eu já estava na partolândia nível master. Me lembro da Ty dizendo, "você consegue fazer cócoras a cada contração?" Eu afirmei que sim e subi a rampa da maternidade fazendo isto. Sorte a minha que em plena sexta-feira, às 21h10min a maternidade estava deserta".
Carla Cassemiro Vieira
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