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Indieli Alexandra F. da Rocha
Bebê: Bernardo

Dia 30 de novembro, o grande dia chegou, dia em que meu pequeno Bernardo nasceu!
No dia 28 de novembro com 38 semanas e 3 dias eu fui em uma consulta com meu GO e ele disse que não tinha nenhum sinal ainda, e que provavelmente passaria das 40 semanas.
Eu estava um pouco ansiosa mas orei e pedi a Deus que aquietasse meu coração. E descansei. Marquei cabeleireira para o dia 30 e também um almoço com uma amiga.
Ás 5 horas do dia 30 com 38 semanas e 5 dias, levantei para ir ao banheiro, quando me limpei notei um pouco do tampão, não me afobei porque sabia que poderia sair dias antes do parto.
Voltei para a cama e alguns minutos depois senti vontade de evacuar, levantei e fui ao banheiro. E aí começaram as contrações. Eu estava feliz e ao mesmo tempo assustada, será que seria o dia de conhecer meu bebê?!

Cronometrei as contrações, que vinham de 10 em 10 minutos e duravam 1 minuto a 1 minuto e meio. Ás 5h45min enviei uma mensagem para minha doula Tiffany Buchmann, que me disse para continuar monitorando para ver se era mesmo o trabalho de parto, me orientou a ir para o chuveiro depois de 4 horas.
Mas para surpresa dela e minha, o negócio ficou tenso logo após eu falar com ela. As contrações se intensificaram, mais vontade de evacuar, agora vinham de 7 em 7 minutos, em questão de 30 minutos diminuíram para 5 em 5 minutos, foi quando falei para meu marido que achava que tinha chego a hora, ele levantou imediatamente, eu falei pra ele pegar o meu celular e enviar outra mensagem para a Ty. Orientei sobre a mala do meu filho mais velho, que ficaria na casa de uma amiga, peguei um vestido no armário e deixei por ali. O tampão saiu mais um pouco, evacuando de novo, começou a sair um pouco de sangue e a partir daí já comecei a não raciocinar direito. Estava entrando na partolândia. Meu esposo me colocou no chuveiro, já estava com muita dor e gemia. E ali foi que o negócio ficou forte. O que me ajudou muito foi me apoiar na barra no box e deixar a água escorrer na lombar. Comecei a perder mais sangue e a dor ficou intensa, eu não encontrava uma posição favorável. Mas eu simplesmente não queria sair dali, a água quentinha estava me ajudando de alguma forma a relaxar. Acredito que a bolsa tenha estourado ali no chuveiro, mas não senti nada.
Meu marido foi me direcionando pois eu não tinha mais condições. Ele falava com a Ty pelo celular. Pediu pra eu sair do chuveiro mas eu dizia que não queria, aí ele desligou o chuveiro, mesmo contra a minha vontade e me ajudou a sair, me ajudou a deitar de lado na cama, e foi ali que comecei a ter os “puxos” e fiquei “enlouquecida”, comecei a empurrar. Enquanto empurrava eu apertava a mão do meu marido (quase quebrei a mão dele, hahaha) e do mais profundo de mim vinha uns gemidos. Lembro que ele pediu se eu queria comer algo, eu não consegui pensar em comida. Foi aí que ele disse para irmos para a maternidade (estava sendo orientado pela Ty no celular), eu dizia que não iria conseguir chegar lá.
Mas ele foi conduzindo tudo, nos intervalos dos puxos, encaminhou nosso filho mais velho, que veio até mim com um sorriso no rosto e perguntou, "é hoje que o Bê vai nascer?" Eu mal consegui responde-lo, sorri e assenti com a cabeça.
Meu marido colocou as malas no carro, depois me ajudou a colocar o vestido (ele tentou, tentou e não acertava o jeito certo de colocar em mim, então riu e eu disse a ele pra não rir que o negócio era sério, hahaha. Depois de colocar o vestido, me ajudou a entrar no banco de trás do carro, devidamente forrado com uma toalha, fiquei deitada de lado, no caminho para a maternidade, mais puxos, perdi a noção de tempo. Lembro de quando vinha a vontade de empurrar, uma grande pressão, sussurrei “não” e aí lembrei  em milésimos de segundos de que estava tão perto de eu ver o rostinho do meu anjinho, que era o que eu mais queria, ter meu tão sonhado parto, que ele viesse ao mundo no tempo dele, e isto tudo estava prestes a acontecer e então comecei a sussurrar sim, sim, sim! Meu pensamento neste momento era VEM BERNARDO! E pedia a Deus que me ajudasse.
O tempo todo neste trajeto e depois na maternidade vinha à minha mente um versículo bíblico que me acompanhou durante a gestação “Confia no Senhor, ele é o seu amparo e o seu escudo” Salmo 115:9.
Quando chegamos na maternidade, Ty já nos esperava com uma cadeira  de rodas e o segurança ajudou a empurrar rampa acima, às pressas, eu estava com os olhos fechados, abria de vez em quando para me situar, percebi que todos abriam caminho quando cheguei, na recepção alguém quis primeiro fazer a internação, a parte burocrática e ouvi a Ty dizendo, “ela vai ter o bebê aqui”, e exatamente nessa hora mais puxos, ao que nos deixaram passar e corre para o centro obstétrico, ouvia eles perguntando algumas coisas para mim, eu não conseguia responder, estava concentrada no meu corpo, na minha dor, no meu bebê que estava quase nascendo. Graças a Deus, a Ty estava ali e respondia tudo por mim. Perguntaram a ela com quanto de dilatação eu estava e ela respondeu que doula não fazia toque, mas que deduzia que eu estivesse com 10 cm já, por causa dos puxos.
Chegando no centro obstétrico pediram que eu subisse na maca, a médica de plantão fez o toque, falou que via os cabelinhos, mas a cabecinha do bebê estava transversa, então ela numa manobra tentou virar, eu senti muita dor e gritei que tava doendo. A Ty me acarinhava, e me acalmava.
Lembro de alguém encaixando as perneiras da maca, aí eu falei baixinho pra Ty que não queria aquela posição e nem episiotomia, e ela comunicou respeitosamente à medica. Ouvi a GO respondendo que se fosse necessário, ela faria a episiotomia. Então a Ty pediu para ligarem para o meu GO, a médica disse que não daria tempo, pois o bebê estava nascendo, ela insistiu, e aí ligaram. Graças a Deus ele estava em casa e viria para nos auxiliar no parto. A Ty pediu para irmos para a sala ao lado, onde tinha uma maca mais larga, bola de Pilates e a médica concordou. Na sala, orientada pela Ty fiz um exercício na bola para a cabeça do bebê se posicionar corretamente.
Não lembro quanto tempo se passou, mas depois de alguma tempo ouvi a voz do meu GO, ele me examinou e disse que  o bebê tinha virado e estava bem posicionado. Me disse que fizesse força somente quando sentisse vontade, pediu para diminuírem a luz, trouxe um aquecedor e disse que era para que o bebê pudesse ficar mais tempo comigo quando nascesse. Maravilhoso meu GO!
Me ofereceram água inúmeras vezes.
A Ty pediu para eu abraçar meu marido e movimentar o quadril, me lembro de eu me pendurar nele algumas vezes, empurrando durante as contrações. Apertava a mão dele e também da Ty quando as contrações vinham.
Tentamos algumas posições no cavalinho, no banquinho, na beira da cama, de cócoras, mas a posição que eu fiquei mais confortável foi de lado, com a doula segurando minha perna para o alto.
Entre um exercício e outro, o GO auscultava o coração do bebê e tudo ia bem. Mas o bebê não coroava, e eu já tinha forçado muito, e estava me sentindo cansada.
Lembro que em todo o tempo, me senti amparada pelo meu amado Rudi, pela querida Ty e pelo incrível GO. Apesar de estar cansada, e na minha cabeça estar morrendo de vontade de tomar um Gatorade, eu não pedi, porque não queria que ninguém se ausentasse dali, queria todos comigo, hahaha.
Eu sempre pensava comigo que pediria analgesia, mas em momento algum pedi. Lembro do GO perguntando se estava ardendo. Eu dizia que não. A Ty me lembrava da respiração e de como forçar, e nisto o médico se aproximou e disse para eu fazer muita força quando a contração ficasse bem forte.
Eu juntei todas as minhas forças e empurrei, a cabecinha do bebê coroou, senti arder muito, o famoso círculo de fogo, e aí eu comecei a dizer, "agora tá ardendo, tá ardendo", e a doula respondeu com um sorriso, "que bom", era isso que queríamos". Forcei mais duas vezes, e depois que os ombros passaram o GO disse que eu me virasse de barriga pra cima e relaxasse, para amparar meu bebê, ele permitiu que eu terminasse de tirá-lo de dentro de mim, foi uma sensação inexplicável! Chorei muito, amparei meu bebê, acariciando-o e agradecendo a Deus por ter me ajudado a parir!  Eu consegui! Superei os medos, ansiedades e consegui dar à luz ao meu menininho!
Ele veio direto pro meu colo, recebendo todo meu amor! Quando o cordão terminou de pulsar, meu marido o cortou.
Meu Bernardo enfim chegou, às 11h05min de uma forma linda com 3,370 kg, de um parto natural, humanizado, sem intervenção nenhuma! No total foram 6 horas de trabalho de parto desde a primeira contração.
O pediatra de plantão foi maravilhoso, levou-o para pesar, somente o limpou e não fez nenhum procedimento, devolvendo-o pra mim em instantes, para que fosse amamentado ali na sala de parto ainda. A Ty sempre dizia que o cheiro do vérnix era incomparável, dizia que tinha cheiro de vida! Verdade! Que cheirinho delicioso!
Gratidão, gratidão, gratidão! A Deus, que me ajudou e colocou pessoas maravilhosas para me ajudar neste processo! Eu não tenho palavras suficientes para descrever esse momento, mas foi uma das melhores experiências da minha vida! Jamais me esquecerei deste momento, tão único, tão intenso, tão maravilhoso, tão marcante, tão transformador!

Meu marido colocou as malas no carro, depois me ajudou a colocar o vestido (ele tentou, tentou e não acertava o jeito certo de colocar em mim, então riu e eu disse a ele pra não rir que o negócio era sério, hahaha."
Indieli Alexandra F. da Rocha
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