Francine de Oliveira Valcarenghi
Bebê: Helena
O nascimento da Helena foi o dia mais importante da minha vida! Foi o dia em que realmente me senti completa, então vou contar pra vocês como tudo aconteceu.
Depois de 9 anos juntos e o sonho de nos tornarmos pais, resolvemos casar e então começamos a tentar engravidar. Casamos no dia 31 de janeiro, tirei meu DIU no mês seguinte e no dia 7 de abril tivemos a confirmação de que estava grávida. Apesar de querer muito me tornar mãe, foi um susto para mim, não imaginava que seria tão rápido.
Eu que a muito tempo defendia o parto natural / humanizado me vi perdida para conseguir um GO nessa linha, pois apesar de ser uma militante da causa, só conhecia aqui em Curitiba pessoas que tiveram bebês por meio de cesáreas agendadas. Eis que resolvi ir na feira de gestante no parque Barigui e de repente dou de cara com o stand do Instituto Besser onde tinha uma faixa que dizia "Parto Humanizado". Não perdi tempo e parei para me informar, a Tiffany Buchmann com a maior paciência e simpatia me explicou tudo e contou de seus dois partos domiciliares. Deixei meu contato e então o Besser me ligou agendando uma aula experimental. Fui recebida com muito carinho pela instrutora de Pilates Alline, que me acompanhou durante a gestação, preparando meu corpo e também minha mente para o tão sonhado dia.
Com 35 semanas de gravidez descobri que minha GO que se dizia apoiadora de um parto natural estava tentando me induzir a uma cesárea. Conversei com a Ty que me aconselhou a procurar outra GO. Eu e meu marido nos encantamos com ela e tivemos certeza absoluta que seria ela que nos acompanharia. Acontece que minha data prevista de parto era 4 de dezembro e ela viajaria dia 11 dezembro e só voltaria depois do natal. Tudo indicava que a Helena viria logo ao mundo, já estava encaixada, já tinha saído um pouco do tampão e eu já tinha 2 cm de dilatação.
Ao contrário do que imaginávamos Helena não veio logo. Em uma dos encontros a Ty percebeu que eu era muito controladora e era esse um dos motivos de eu não ter entrado em trabalho de parto ainda e recomendou o meu marido a me tirar o telefone, me tirar de casa e fazer o possível pra eu liberar ocitocina. Neste mesmo dia fiquei incomunicável e fomos para uma casa de campo que a família dele tem, onde eu tenho dois cachorros e foi assim que comecei a sentir tudo fluir. No dia 5 de dezembro, eu já estava com 40 semanas e 2 dias e como a Ty tinha recomendado caminhar fui no parque São Lourenço e adivinhem? Caí! Fiquei toda esfolada, tudo culpa da relaxina. Fui no plantão da GO e então após me examinar falou o que eu não queria ouvir, que ela estava com medo de eu não entrar em TP e que nós deveríamos pensar num plano B.
Tínhamos 3 opções, ter um médico substituto, induzir (mesmo sabendo que poderia acabar em cesária) ou realizar a cirurgia no dia 10 de dezembro.
Sai de lá desolada! Liguei para a Ty que me acalmou e disse que ia dar tudo certo e sugeriu que fizesse acupuntura. Antes de voltar pra casa me deu uma vontade louca de comer açaí e meu marido me levou no cantinho do açaí para matar o desejo. Chegando em casa fui ao banheiro e o tampão saiu.
Fiz outra acupuntura domingo pela manhã. Que medo daquelas agulhinhas, mas confiei nela e tudo foi bem melhor do que imaginava.
Como tinha que estimular mais e estava chovendo, resolvemos ir no shopping que estava extremamente quente (ao contrário do que previa) e o jordano não queria me deixar sentar porque eu tinha que estimular para Helena nascer. Saímos de lá às 21h, pois o shopping estava fechando. E foi aí que as contrações começaram a ficar cada vez mais próximas uma da outra e cada vez mais doloridas, lembro de pedir pro Jordano dirigir direito porque estava doendo de mais. Então lá pela meia noite entramos em contato com a Ty que aconselhou a tomar um banho quente, com luz baixa, por 40 minutos pra ver se passava ou se engrenava, não passou. Estava chegando a hora. A cada contração eu rebolava ao som de Pouca Vogal (neste dia descobri que se podia rebolar como uma funkeira ouvindo rock).
As contrações começavam a ritmar e espaçavam novamente. Às 7h consegui dormir por 10 minutos, mas foi um sono extremamente revigorante.
Às 13h do dia 7 de dezembro fui para o Besser, onde a Ty já nos aguardava com tudo pronto na salinha. Meu marido que não tinha conseguido dormir à noite toda porque eu acordava ele a cada contração pra marcar a duração delas no aplicativo, acabou dormindo por mim naquela salinha quente e aconchegante. Fiz escalda pés, pulei na bola, recebi massagens e andamos pelo Besser. Às 19h30min resolvemos ir pra a maternidade, enquanto meu marido fazia minha baixa a Ty me acompanhou na triagem e não me deixou sozinha um minuto se quer. O médico fez o exame de toque e eu estava com 7 cm de dilatação. Fomos caminhar pelos corredores pra estimular. No quarto tudo tirava minha atenção e o trabalho de parto travava. Pra vocês terem noção de como sou controladora e perdia o foco por qualquer coisa vou contar um das coisas bobas que aconteceu. Estava meu marido e a GO tomando chimarrão no quarto e caiu um pouco de água no chão. Fiz limparem porque eu não podia olhar para aquelas gotas de água no chão.
Como estava com fome pedi para o meu marido uma trakinas de morango pra comer e aquilo me deu uma sensação de prazer enorme. Logo em seguida me apoiei na bola e a Ty fez massagem, que delicia aquela massagem num momento de dor intensa. Quando foi 23h aproximadamente a Dra achou que estava na hora de irmos para o centro obstétrico, na sala de parto humanizado e então tentei achar uma posição confortável pra minha princesa nascer, mas ela não vinha e então a GO fez um novo exame de toque para ver onde estava a cabecinha dela e estourou sem querer a minha bolsa se molhando inteira. Nisso ela percebeu que a cabeça dela não estava na posição correta e foi assim que a Ty rapidamente sugeriu que eu mudasse de posição e após algumas forças a Helena chegou ao mundo às 00h14min do dia 8 de dezembro, da forma mais natural possível pra completar as nossas vidas.
Naquela hora não nascia apenas um bebê, nascia uma mãe e ela veio direto para meus braços e da forma mais natural achou meu seio e começou a mamar.
Após o cordão parar de pulsar meu marido o cortou e em seguida foi acompanhar a Helena e a pediatra na pesagem e demais procedimentos. Logo em seguida ocorreu a dequitação da minha placenta, não sendo necessário nenhuma intervenção. Minha laceração foi mínima, levei apenas 1 pontinho.
Gostaria de deixar registrado aqui que a presença do meu marido e da Ty foi de extrema importância para eu conseguir ter meu tão sonhado parto. Não lembro de pedir pra fazerem uma cesárea, mas lembro de pedir pra ajudarem a Helena nascer e sem a Ty ali comigo com certeza teria insistido e pedido uma cesárea muito antes do expulsivo e provavelmente não conseguiria me manter calma. Obrigada Ty por ser essa pessoa incrível e por participar desse lindo momento em nossas vidas. E se perguntarem, já estou pronta para o próximo.
“Pra vocês terem noção de como sou controladora e perdia o foco por qualquer coisa vou contar um das coisas bobas que aconteceu. Estava meu marido e a GO tomando chimarrão no quarto e caiu um pouco de água no chão. Fiz limparem porque eu não podia olhar para aquelas gotas de água no chão".
Francine de Oliveira Valcarenghi



