Simone Michalawski Yasui
Bebê: Júlia
Eu acabava de perder o emprego, eu e meu marido queríamos muito dar um irmãozinho (a) pra Bia e achamos que era a deixa pra engravidar. E engravidamos logo em seguida!
Ao saber da nova gestação, tentei marcar consulta com o obstetra da minha primeira gestação, mas a agenda estava lotada e ele estaria de férias na data prevista do nascimento. Minha primeira filha nasceu de parto natural, acompanhado por doula e eu queria os mesmos profissionais nos assistindo. Quando soube que eles não poderiam fiquei nervosa. Não conhecia outros profissionais que pudessem auxiliar num parto tão gostoso quanto o primeiro!
Então lembrei da mãe de uma paciente, "abraçadora de árvores" que teve os filhos em casa e trabalhava com gestantes. Mandei mensagem perguntando se ela sabia de algum médico que pudesse me acompanhar num parto natural, e ela me indicou vários e me contou que era a doula que trabalhava com eles! Que mundo pequeno, meu Deus! Foi aí que a Tiffany Buchmann entrou na história da nossa gestação. E ainda me presenteou com o Pilates durante todo o período gestacional. Quase morri de alegria!
Depois de consultar 3 obstetras diferentes, acabei ficando com a minha GO, um doce, super compatível com minhas ideias e personalidade.
A gestação transcorreu tranquila e com 34 semanas eu já apresentava sinais de que a a Dona Júlia queria nascer. Dores púbicas, irritabilidade, colostro escorrendo pelo peito, eu achava que minha filhota chegaria a qualquer momento. Nossa data prevista para o parto era 18 de dezembro, mas eu não achava que chegaríamos lá. Mas chegou!
Dia 17 de dezembro, acordei com contrações doloridas, com intervalos e durações bem irregulares. Apesar de achar que não era nada, liguei para a Ty, que afirmou ser trabalho de parto em início e disse que outra gestante também estava em trabalho de parto. Pensei, "tudo bem, eu não estou em TP mesmo!".
Saí com minha filha e sogra, fui almoçar no shopping, fazer as compras de Natal, comprar tecidos pra umas costuras e continuei monitorando as contrações que continuaram irregulares. E eu continuava minhas atividades diárias.
Às 18h, fui para o Instituto Besser para fazer um encontro. A Ty estava chegando do parto que começou na mesma manhã. A Ty me perguntou como estava a trabalho de parto e eu afirmei que não estava em trabalho de parto, e que só tinha ido para o encontro.
Ficamos lá até as 20h, quando o maridão veio me buscar. A Ty pediu pra não irmos embora, por que o parto estava próximo. Eu achei que não, então saímos comer uma pizza.
Às 22h liguei pra Ty e pedi pra voltar para o Besser, porque as dores ficaram fortes e então eu acreditei que estava em trabalho de parto!
Os momentos que eu e o Pedro permanecemos no Besser foram mágicos. A música, o cheira de canela dos incensos, eu só conseguia pensar em como eu queria minha baixinha no colo. E chorei, chorei muito, enquanto caminhava abraçada ao Pedro.
Fizemos exercícios na bola, caminhadas, mas as contrações não ficavam regulares. Achamos que demoraria muito ainda. Falei pra Ty que eu tinha que dormir, porque meu corpo dilatava em repouso. Lembro da Ty dizer que não conhecia ninguém com um corpo que fosse tão abençoado assim, mesmo assim, à 1h da manhã, voltamos pra casa e fui dormir.
Eu deitei na minha cama e as contrações começaram, foram ficando ritmadas, mais intensas e mais próximas.
Às 3h mandei mensagem pra Ty, dizendo que tava chegando a hora. Ela pediu pra eu tomar um banho quente e ligar pra ela depois. Entrei no chuveiro e gritei pro Pedro ligar pra Ty porque a água quente piorou as dores. Então decidimos ir para a maternidade.
Chegamos lá as 4h e ficamos aguardando a Ty e a GO Entramos todos juntos e na avaliação de entrada estávamos com 9 cm de dilatação e fomos direto para o centro obstétrico.
Chegamos já no expulsivo, mas eu não achava posição pra fazer força. Tentamos 4 apoios, cócoras, em pé, no banquinho e nada de eu conseguir.
Então resolvemos deitar com as pernas flexionadas. As forças ficaram melhor direcionadas, mas cada vez que vinha uma contração minhas pernas doíam horrores e apenas elas doíam!
Chorei, pedi ajuda, pedi episio, gritei, gritei muito. E o tempo todo a Ty e o Pedro estavam ao meu lado, me dando suporte.
E foi assim que às 6h50min nascia a Júlia. Pontualmente em sua DPP. No dia da Doula com 3,085 kg e 48 cm. Períneo íntegro.
Muito amor envolvido.
“Falei pra Ty que eu tinha que dormir, porque meu corpo dilatava em repouso. Lembro da Ty dizer que não conhecia ninguém com um corpo que fosse tão abençoado assim, mesmo assim, à 1h da manhã, voltamos pra casa e fui dormir".
Simone Michalawski Yasui



